segunda-feira, 29 de março de 2010

O povo, ahh o povo!!!

Essa matéria extraída do Blog da Historiadora assuense Ana Valquíria, é por demais interessante, esclarecedora e verdadeira.

Política e paixões sempre formaram uniões instáveis e traumáticas. Instabilidade que nunca ficou restrita aos entes envolvidos na união, mas sempre perpassou os limites tênues que demarcam a zona de respeito, bom senso, legalidade e cordialidade que devem ser observado em qualquer relação.

Agora mesmo, uma querela envolvendo as cidade de Carnaubais e Assú que tinha tudo para ser tratada de forma política e principalmente, jurídica anda a tomar conotação popularesca.

A querela é bem simples: Carnaubais alega que seu território é um pouco maior que o reconhecido hoje pelo IBGE e, que a cidade do Assú tem o território um pouco menor do que o que o IBGE hoje reconhece. Parece simples a questão? Pois bem, deveria ser mesmo.

Numa época em que a bússola é peça de museu e que o GPS pode ser adquirido em lojas de departamento, os gestores de Carnaubais querem fazer um levante popular para garantir seu direito à posse da terra que eles acreditam que a cidade do Assú lhe subtraiu de forma arbitrária. Aaff. Aaah, se existe documentos apócrifos envolvidos na questão, não seria mais fácil tentar descobrir isso de forma... cientifica? Olha, se durante a Idade Média não era difícil descobrir a autenticidade de um documento, imagina só no ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de Dois Mil e Dez. Moleza!!!

Agora se as terras em questão, as quais produzem petróleo (eis a razão da querela) pertencem a Carnaubais, ótimo e simples. Por que danado não se faz uma ajuntada de todos esses documentos, ditos apócrifos, ao processo já aberto e... provados a inautenticidade dos mesmos, pronto! com certeza o Poder Judiciário dará ganho de causa a Carnaubais e... Parabéns, a arrecadação do município aumentará.

Agora, levante popular, acusações descabidas e animosidades entre fronteiriços são algo pra lá de absurdo e principalmente, desnecessário. Cavalo de batalha, se preciso, se faz. Agora se não há necessidade de fazer, pra que fazer? Aliás, com toda a tecnologia e com o Poder Judiciário atuando de forma autônoma, pra que mesmo fazer cavalo de batalha? A continuar com o acirramento unilateral das animosidades, teremos já um plebiscito para saber o posicionamento dos moradores da região.

Aaah, um detalhe interessante: se o Poder Judiciário, e só e tão somente ele, deferir o pedido de demarcação de terras solicitado por Carnaubais, como fica a grana toda recebida por Assú ao longo dos anos pela produção de petróleo extraídas das terras em questão? Bem, o juiz que analisará o caso dirá.

Pra que mesmo utilizar-se do povo como ‘massa de manobra’? O povo precisa ir às ruas para lutar por saúde, educação, lazer, segurança e tudo o mais que ele ache que necessita e que o Estado deva suprir. Mas o povo quando assim o fizer, deve fazê-lo, se isso ainda é possível, ciente de sua função nesse jogo de xadrez e por acreditar nessa forma de reivindicação.

Sim, Carnaubais alega em toda essa querela, que há anos presta serviços a população do lugar 'em disputa'. Peraí, vamos concordar, se Carnaubais, de ‘forma caridosa’, decidiu por ser mantenedora dos serviços básicos oferecidos na região, bem, deve ter feito por questões cristãs, afinal, a caridade é uma das prerrogativas da cristandade.

Agora, se ao longo dos anos a cidade do Assú se negou a prestar serviços à comunidade em questão, mesmo esta sendo uma de suas ‘galinhas de ovos de ouro’, vamos concordar, foi muita falta de cristandade!!

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