segunda-feira, 26 de abril de 2010

ENTREVISTA COM JARBAS ROCHA

É com muita satisfação que estreamos essa semana a página policial assinada pelo companheiro Jarbas Rocha, titular do Programa Caderno de Ocorrências, um sucesso de audiência indiscutível na Rádio Princesa do Vale.
Jarbas Rocha que também assina um blog é o entrevistado de Sem Comentários essa semana em que o Jornal TVA completou 22 anos de sua fundação, Jarbas fala de seu inicio no jornalismo policial, dos fatos que marcaram sua carreira, das homenagens e reconhecimento por parte do alto escalão da Polícia Militar e de sua estréia nesta Tribuna.
Sem dúvidas uma parceria que vai dar certo, vale à pena conferir!



TVA – Quando e como você ingressou no jornalismo policial?
Jarbas Rocha - Bem, na realidade eu comecei fazendo matérias policiais para TV a Cabo, aqui em Assú e depois de três anos e meio, apareceu uma oportunidade na Rádio Princesa do Vale, no Caderno de Ocorrências, no final de 1999, através de um convite do diretor da emissora, Lucílio Filho, para substituir um profissional que vinha realizando um trabalho interessante de grande audiência e, na conversa que eu tive com Lucílio, ele deixou bem claro que a Rádio não podia perder e eu não tinha experiência nenhuma em Rádio. Acreditei primeiramente em Deus, no trabalho, na dedicação e determinação, foram às ferramentas que utilizei para enfrentar as dificuldades que eu sabia que encontraria pela frente. E aconteceram muitas críticas, muitas pessoas não acreditavam em nosso trabalho, mas graças a Deus, depois de certo período, um ano, dois anos as pessoas já começaram a acreditar e graças a Deus não houve nenhuma perda para Rádio Princesa. Nós assumimos o programa trabalhando diuturnamente fazendo com que a notícia chegasse primeiro, buscando aumentar nossa rede de contato para que a gente pudesse dar a notícia sempre em primeira mão.
TVA ¬¬– Cite alguma situação marcante do Caderno de Ocorrências.
Jarbas Rocha - O caso de uma tentativa de assalto em Lages, quando oito pessoas que formavam uma quadrilha foram mortas e a Rádio Princesa foi o primeiro veículo de comunicação do Estado a entrevistar o comandante do policiamento do interior, na época Cel. Francisco Canindé de Freitas, nós demos em primeiríssima mão essa notícia. Outro fato marcante foi o naufrágio de uma canoa na Barragem, onde morreram cinco pessoas de uma mesma família, fomos o primeiro veículo de comunicação a chegar ao local. Esse trabalho sempre pautado de perseverança, nunca esquecendo a humildade, porque é o principal instrumento para que você possa obter sucesso em tudo o que você for fazer.
TVA – Quantos anos você tem nessa profissão?
Jarbas Rocha – Foram três anos e meio a frente do jornalismo policial da TV a Cabo, com 10 anos de Caderno de Ocorrências, depois já na Rádio iniciei um projeto, Programa Jarbas Rocha na TV, onde eu fazia matérias para TV, para o Caderno, editava os dois programas e apresentava, onde eu era também o repórter, o motorista e a âncora. Eu tinha que bater o escanteio, cabecear e ser o goleiro.
TVA – Por que você optou pelo cronismo policial?
Jarbas Rocha – Espelhado em um grande ícone do cronismo policial, Antoniel Maia. Eu desde pequeno ouvia o programa dele, na época o programa mais ouvido no Estado, o Patrulha da Cidade, e eu acabei me identificando com aquela profissão, mas acabei exercendo outras profissões que eu não gostava, eu fui motorista particular, camelô, mototaxista, eram profissões que eu utilizava para sobreviver, mas eu dizia que um dia eu iria fazer aquilo que eu gostava, por que eu aprendi que dinheiro não trás felicidade, felicidade trás dinheiro. Quando você faz alguma coisa com amor, não se preocupe que o dinheiro vem, o sucesso vem, as coisas vêm de forma gradativa e digo mais, se eu adquirisse outra fonte de renda e de repente a Rádio não pudesse me pagar eu faria isso de graça, só por hobby.
TVA – Gostaria que você falasse sobre o caso Elizete, já que você acompanhou de perto todos os momentos.
Jarbas Rocha – O caso Elizete é um caso enigmático, difícil de ser elucidado, vários delegados passaram pelas investigações, muita gente morreu, mas um fato que eu posso falar aqui agora foi o fato do pai de Elizete morrer quando me dava entrevista. Primeiro ele ligou para emissora pedindo para que eu o entrevistasse. Como eu tinha que ir a Natal, sugeri que ele desse a entrevista a pessoa que no momento me substituía, mas ele insistiu que eu fosse, então quando voltei de Natal, no dia seguinte, me desloquei até a cidade de Pendências, onde ele residia, e chegando lá conversando com o senhor Manoel Moura de Lemos, ele começou falando que sentia muito o fato dos culpados terem matado sua filha estarem impunes e com mais ou menos 5 minutos de matéria ele começou a tossir, parou e desmaiou. Eu percebi que ele não estava passando bem, desliguei o gravador, o colocamos no carro da Rádio, o encaminhamos para o hospital e ele foi atendido imediatamente, transferido para Assú. Eu confesso que não sabia a real situação do estado de saúde dele, eu me deslocava para a cidade de Assú, ele na ambulância e eu no carro da Rádio, trazendo a esposa dele, e quando estávamos nos aproximando de Assú recebemos a notícia de que ele havia falecido, ele teve praticamente um enfarto fulminante quando me concedia a entrevista.
Esse caso teve repercussão nacional e internacional, todos os veículos de comunicação divulgaram esse crime bárbaro praticado contra uma criança de nove anos que foi violentada, morta e mutilada e até o momento, infelizmente, as autoridades de segurança pública não deram resposta a população nem a família, elucidando de uma vez por todas esse caso. Foi um caso que eu me envolvi muito, encabeçamos inclusive, alguns movimentos pedindo justiça, passeatas, conclamamos o Ministério Público, a OAB, Direitos Humanos, Ouvidoria, Procuradoria, mas até o momento é um caso que se encontra insolúvel.
TVA – Gostaria que você falasse sobre o reconhecimento do público.
Jarbas Rocha – É um trabalho difícil, complicado de fazer, mas com muita habilidade pedindo sempre a Deus muita destreza para passar pelos problemas. Eu costumo dizer que apresentar o Caderno, qualquer um apresenta, é fácil, difícil é você administrar o que acontece nos bastidores, o jogo de interesse, alguém que cometeu algo que não quer que o nome seja divulgado... Nós tivemos agora um episódio recentemente envolvendo pessoas da alta sociedade, e a gente tem conduzido isso com muita imparcialidade, se atendo somente a notícia, mas o reconhecimento graças a Deus, não posso negar, ele vem, até mesmo das crianças. Eu costumo dizer que, fico sem entender como um programa policial desperta tanto interesse em crianças.
TVA – Recentemente você foi condecorado com a “Medalha Luiz Gonzaga”, como foi receber essa homenagem?
Jarbas Rocha – Eu tenho obtido o reconhecimento da Polícia Militar e até devo isso muito ao Coronel Freitas, que é um parceiro nosso que fazemos o Caderno e posso ressaltar também, o Coronel Marcondes Rodrigues, ex-comandante Geral da Polícia Militar. E nós fomos agraciados com o título de Amigo da Polícia, pelo trabalho que eles entenderam que a gente prestou colaborando com o trabalho da PM. Recebi também o título de Amigo do 10º Batalhão de Polícia, por parte do Cel.Eliézer, e por último recebemos a mais alta Comenda da PM que é a Medalha Soldado Luiz Gonzaga, um título que é dado às pessoas que têm grandes serviços prestados pela segurança pública do Estado. Recebi esse título lá no Comando Geral da PM, na capital do Estado, das mãos do Secretário de Segurança Pública, na época Dr.Agripino Neto e, também, da governadora Wilma e isso nos honra, um título ofertado a desembargadores, coronéis do Exército, Marinha, e eu cidadão comum, radialista recebendo uma homenagem tão grande, fico muito orgulhoso desse reconhecimento ao meu trabalho.
TVA – Você tem pretensões políticas?
Jarbas Rocha – Não, eu não tenho pretensões de ingressar na política partidária, já fui convidado por alguns partidos, soa até de forma demagógica porque todo político que hoje é político disse antes que não queria ser político.
Eu tenho um projeto novo que é o meu blog, quero fazer com que ele se torne um veículo de comunicação conhecido em todo o Estado, quiçá em parte do país, aproveitando agora a Internet com essa velocidade, esse dinamismo.
Adoro política, mas entendo que não dá para conciliar o trabalho que eu faço com a política, até porque existe um acordo com o dono da Rádio de que no momento que eu pensar em ser político entrego o Programa, como eu amo essa Rádio e sei que foi ali que tudo começou, depois da abertura que a TV a Cabo me deu, não penso em abandonar essa profissão que me deu notoriedade.
TVA – Qual a expectativa para essa sua nova fase na comunicação, já que você estreia hoje sua coluna policial nesta Tribuna do Vale, que completou ontem 22 anos de circulação?
Jarbas Rocha – Eu sempre fui fã do Jornal Tribuna do Vale, seu Jeová que é uma pessoa simples, precursor de tudo isso, pois eu sempre vinha aqui no jornal e via a dedicação de seu Jeová, com uma máquina que eu nem sei dizer o nome dela, lembro do esforço de vocês, inclusive de Sandro Liberato, com quem tive a oportunidade de trabalhar na TV a Cabo, uma figura ímpar. Eu costumo dizer que não é fácil fazer jornal e hoje confesso que fico feliz em ver o jornal crescendo, de ver o jornal inovando, de ver o jornal mudando, acompanhando o avanço. Hoje vocês estão com uma diagramação muito boa, com as máquinas mais modernas, numa redação climatizada, isso é importante, o crescimento, a inovação e eu espero que a população reconheça.
Seu Jeová vem ao longo de 22 anos trazendo esse jornal nas costas, juntamente com os filhos e espero que a população possa entender essa mensagem. A Tribuna do Vale merece o reconhecimento da população, eu me sinto muito honrado em passar a integrar essa equipe que vem prestando relevante serviço a nossa região.

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